quinta-feira, 3 de março de 2011

- CinnaTech - 5ª Temporada - Parte 1

Quando cheguei em Cinnamon, desta vez, tudo estava bem mais diferente do que lembrava.
As ruazinhas, cheias de toldos de couro de animais e panos remendados, agora estavam 'urbanizados', por assim dizer. Na verdade, a principio, achei que fosse o Eduardo Paz, com um dos seus Choques de Ordem, que só desordena; mas, na verdade, lá estava até muito mais bonito agora.
As casas com aspectos decadentes haviam sido trocadas por grandes prédios; comecei a caminhar, e as placas sinalizadoras, indicavam o que você queria saber... Quando cheguei defronte a placa, podia jurar que estava escrito 'Placa'... Mas, quando olhei de novo, estava escrito 'Templos Divinos' e uma grande seta para a direita, magicamente, no chão, grandes setas marcavam o caminho. Aquilo sim, era assustador!
Continuei minha caminhada, e quando vi, à minha frente, estava um enorme prédio, todo lustroso, deveria ter uns vinte andares. O nome do prédio? 'Akissej - Construção Oficial'. Olhei torto, e achei estranho (e melhor não comentar, mas a menina tinha tinta no cabelo... Eduardo e Mônica eram... ops), mas, ainda assim, decidi entrar e conferir de perto.
Logo de cara, um enorme balcão de atendimento com uns cinco recepcionistas; os cinco ocupados, falando com pessoas, que vinham de uma fila única, que era tão grande quando os vinte andares daqule prédio. Não entrei na fila, fui andando para o balcão, só para ficar observando.
-Tenho uma audiênia com o Sacerdote Algoth, ao meio dia - disse uma senhora, de bengala.
-Hum, sim - a recepcionista conferiu - Sra. Golfflang, siga até o fim do corredor leste, dobre a direita e quando chegar lá, peça ao guardião para lhe levar a Octevias, das Humlins.
*pause*
Um - Unvias
Dois - Ducvias
Três - Tricvias
Quarto - Quavias
Quinto - Pentavias
Sexto - Hexatavias
Sete - Setavias
Oito - Octevias
Nove - Novavias
Dez - Decavia
*play*
Muito curioso, e muito onipotente, fui eu atrás da velha, que ia andar que nem uma vaca. Eu só planei atrás dela. Cliquei no Shift e com o botão direto nela, aí, fui embora atrás, e nem sequer estava ligado. ^^
O tal Guardião, nada mais era do que um cara, com uma roupa tipo sobretudo, mas, nada demais... Ela anunciou o destino dela, e ele, automaticamente, num gesto de mãos, fez com um disco voador prateado aparecesse... Ela dubiu naquilo e eu também, e fomos guiados ao andar de número oito.
A mulher foi adando no corredor e quando percebi, ela tinha parado diante de uma porta bem esquisitona, com um escrito nela 'Humlins'. Percebi que a velha estremecera de leve, antes de bater a porta.
-Eleanor Golflang? - perguntou a critura esverdeada que nos atendeu, depois que a velha sentou-se onde ela indicou - A senhora tem ciencia do motivo de tê-la sido trazida até aqui?
-Não, senhora...
-Cale-se - a criatura falou, imperativa, interrompendo a velha - Está aqui porque, segundo fontes confiáveis, a senhora blasfemou sobre nossa grande protetora do encanto do nosso mundo, a deusa Akissej. A senhora difamou a imagem. Isso confere, sra Golflang?
-Não, é que...
-A senhora deveria saber bem que, nosso povo tem vários deuses, e eles já fizeram sua separação de território. A senhora ficou perdida no nosso?
-De forma nenhuma, eu...
-Se a senhora não está perdida, como me explica o fato de testemunhas oculares terem visto um altar à Enayat em sua casa? Como pode me explicar isso?
A veha não disse mais nada. A criatura continuou.
-Não tem nada a dizer em sua defesa, imaginei. Vou enviar seu caso ao Tribunal Sagrado, lá eles serão bem mais cruéis, espero que esteja disposta a encarar...
-Os deuses não querem dividir nada! Você estão dividindo o mundo, porque acham melhor assim! Tudo é culpa do dinheiro, da ganância! Mande meu caso para o tribunal, para o próprio Deus Criador! Se ele estivesse aqui, nada disso estaria acontecendo.
Mais estava. E aquela velha foi levada dali por duas outras criaturas, que pareciam vestir um uniforme tres numeros menores que elas, e foi levada pra algum lugar nas profundezas do prédio.
Mais tarde, naquele mesmo dia, descobri que Cinnamon inteira havia sido dividida. Em vários pedaços e classes diferentes. Existiam os miseráveis também. Os que moravam mal, eram os que não tinham lago, praia ou cachoeira perto de casa, porque o lugar era todo o bem. Há alguns anos atrás, os outros mundos encantados que viviam em harmonia com o nosso, haviam sido proibidos de visitarem Cinnamon novamente, por, segundo ouvi dizer, 'desacato divino'...
Os deuses estavam numa espécie de Guerra Sagrada, onde cada um lutava por seus devotos, pois deles dependiam sua existência. Athena, a ultima deusa nomeada, mas tão poderosa quanto os outros, entrara na luta, mais por razões obvias... Lutando ela teria chances iguais, se ficasse alheia, a possibilidade de manter-se viva, seria minima.
Haviam grandes empresas, que mantinham espiões e feiticeiros poderosos, buscando manterem 'limpas' suas cidades - limpo, neste caso, quer dizer uma cidade com devotos fiéis e sinceros. Prédios gigantescos foram erguidos para tratamento de casos como o da velha Golflang, ou piores que aquele... Mas, os mais comuns, de fato, eram as pessoas que tinham altares em sua própria casa.
Nesse momento, em que descobri isso, foi que saquei tudo.
Eu estava longe havia tempos, segundo o calendário Cinnamoniano; quem estava lá aquele tempo todo, conseguia ganhar sua fezinha, como apostar no bicho, e ganhar, sempre... Ali era assim também... Mas, assim como no bicho, Cinnamon também precisava de uma certa insistencia pra funcionar... E foi com essa falta de receptividade do povo é que procurei contar, quando cheguei á Mesa de Pedra, onde os deuses estavam reunidos batendo papo em altas aventuras:
-Não quero mais aquele prédio em Florenzia; em Jscar a fé tem sido bem maior e o povo de lá quer um templo grande como aquele - dizia Anilorac, enrolando os cabelos.
-Jscar não é bom de ser um templo... Não um grande demais... A cidade é pequena, o ideal é mantê-la em cidades grandes, como Florenzia mesmo - Ordnael falou parecendo sincero.
-Acho que você é quem quer Jscar... Sabe que Restay não vai dar muito resultado no que você espera, não é?
Ordnael bateu forte na mesa e levantou-se, neste momento, apareci, deixando todos me verem e surpreenderem-se.
-O que você está fazendo aqui? - Atam perguntou, empalidecendo-se quando me viu.
-Este é o meu mundo, eu venho aqui para ver como está, sempre.
-Nossa, seu sempre é diferente do nosso sempre - ela disse, zombeteira - E então, já deu uma volta pelo SEU MUNDINHO de novo? Viu como está? Gostou do que viu?
-Quero entender AGORA o que está acontecendo - eu falei, ríspido.
-Muito simples, meu caro, reorganizamos o mundo - disse Adnama, irredutível - Os Liphs estavam se envolvendo muito, misturando crenças, confundiam nossos caminhos e nossos domínios, nem eles poderiam criar uma cultura... Ordenamos aos nossos sumos sacerdotes que, se não fizessem as cidades se reconstituirem, com uma fé restaurada, mandariamos chuva de fogo por quarenta dias.

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